segunda-feira, 9 de agosto de 2010



Quando eu morrer e no frescor de lua
Da casa nova me quedar a sós,
Deixai-me em paz na minha quieta rua...
Nada mais quero com nenhum de vós!

Quero é ficar com alguns poemas tortos
Que andei tentando endireitar em vão...
Que lindo a eternidade, amigos mortos,
Para as torturas lentas da expressão!...

Eu levarei comigo as madrugadas,
Por-de-sóis, algum luar, asas em bando,
Mais o rir das primeiras namoradas...

A um dia a morte a de fitar com espanto
Os fios de vida que eu urdi, cantando,
Na orla negra do seu negro manto...

CRISTIANO LÓSS DELUCAS

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